terça-feira, 3 de novembro de 2009

Macarrão ao Tombo


No feriado de finados não amanheci em casa,pra variar um pouco. Depois de sessões ininterruptas de sambas, desde de sexta,vi meu próprio fim no dia 2 de Novembro. Pedi paciência aos meus Orixás. Prometi maneirar na farra. E olhem que nem bebo ou uso entorpecentes. Cheguei em casa e numa questão de segundos estava num sono profundo.Parecia pedra,barra de ferro,...sei lá,algo com características inanimadas.

Jonas!!!! Jonas!!!! A Ana te ligou! Liga pra ela quando você levantar!”...Palavras de minha mãe,juro. Passaram-se horas (ou dias?). Levantei exausto, com dificuldades de reconhecimento do lugar,com muita coisa mas,muita coisa mesmo no chão do quarto.Ainda tentando me recuperar do nocaute e da maratona de samba,fui restabelecendo minha consciência 3 horas após acordar .Isso era 15h desse mesmo dia. Fui me lembrando,lembrando...lembrei até de coisas de minha infância mas,o mais importante havia esquecido. A árvore branca na parede azul,da casa de Ana Hadad,minha cumadre,madrinha junto com o Vini,padrinho do meu cachorro, o Pacote. Putz!!!

Há uns 2 ou 3 anos ,estive na casa de Ana e disse com o peito estufado,orgulhoso e decidido: ’ Amanhã sem falta pinto essa árvore!!’. É...

Bom o fato é que havia combinado ,novamente ,de pintar a árvore no feriado de finados. Ana fez toda uma produção digna dos grandes artistas ,com grandes convidados. Fez um almoço receita tradicional de família. Muita responsa!

Ana chamou o maestro Rafael Martini, a artista plástico,cantora e compositora Leonora Weissmann e o percussionista árabe-sulamericano Edson Fernando. Ah!!...todos amigos!! Mas ficou parecendo abuso. Matei o povo de fome,cheguei numa hora em que os belisquetes perderam o sentido e função, e a bebida etílica já havia alterado a visão de mundo de todos eles. Mas,me perdoram por que,afinal,o artista plástico pintaria a árvore branca na parede azul.

Nessas horas coisas incríveis acontecem. Vi que a Ana apresenta sinais de incompatibilidade organizacional na cozinha. Muitas vasilhas tomando rumo e lugares diferentes no cômodo mas,saiu-se bem,o rango ficou pronto. Confesso que não estava com fome ,havia tomado café,às 15h ,em casa (Ixi!!!). Como diz os mais humildes: “saí comido de casa,já. Muito obrigado”.

Ana depois de muita dedicação culinária,põe a mesa,ela e Loló. Tudo certo: salada,coisinhas,chás,bebidas e chega o prato principal: uma bela travessa de macarrão malandro de mais. Muito apetitoso e lindo de se ver!

Ana Hadad é uma mulher muito fina. Muito educada.Já comeu de tudo e de todos os pratos finos do universo. Então quaisquer coisas que ela fizer ,vou achar tudo fino,certo? Pois então. Ana chega com a travessa, tranqüila e serena,solene e feliz com todos e com o evento. Aproxima-se à mesa e...vira o macarrão sobre a mesa!!! Pensei: como é que se come isso???? Confesso que recenti ,da minha primeira vez ,que comi comida japonesa: o que fazer com esses palitos??? Comecei a suar frio e sem graça. Iria aproveitar da falta de apetite ,embora tenha aberto um cratera ao ver o macarrão,e iria desenhar a tal árvore.

Vi que todos reagiram imediatamente,em forma de socorro.Vi que era um acidente. Ufa! Ainda bem,por que realmente seria complicado comer macarrão sobre a mesa. Rapidamente o macarrão foi recuperado. Troca de toalha.Talheres todos novamente em seus devidos lugares. Rafael deu o nome de Macarrão ao Soco mas Edson ,com a destreza de um percussionista trocando de efeitos gritou: Macarrão ao Tombo.

Bom,isso tudo era pra eu pintar a árvore branca na parede que,devido às minhas demonstrações de cansaço e dificuldade ficar em pé após o almoço e a maratona se samba,jurei por minha mãe que faria a árvore azul amanhã!!!

É sério sô!!!

2 comentários:

  1. uahuahauhhuahuahuaahua muito bem narrada a rapsódia!

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  2. verdade,verdadeira...a história. mas minha volta é que ainda não se realizou...rs

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