No feriado de finados não amanheci em casa,pra variar um pouco. Depois de sessões ininterruptas de sambas, desde de sexta,vi meu próprio fim no dia 2 de Novembro. Pedi paciência aos meus Orixás. Prometi maneirar na farra. E olhem que nem bebo ou uso entorpecentes. Cheguei em casa e numa questão de segundos estava num sono profundo.Parecia pedra,barra de ferro,...sei lá,algo com características inanimadas.
“Jonas!!!! Jonas!!!! A Ana te ligou! Liga pra ela quando você levantar!”...Palavras de minha mãe,juro. Passaram-se horas (ou dias?). Levantei exausto, com dificuldades de reconhecimento do lugar,com muita coisa mas,muita coisa mesmo no chão do quarto.Ainda tentando me recuperar do nocaute e da maratona de samba,fui restabelecendo minha consciência 3 horas após acordar .Isso era 15h desse mesmo dia. Fui me lembrando,lembrando...lembrei até de coisas de minha infância mas,o mais importante havia esquecido. A árvore branca na parede azul,da casa de Ana Hadad,minha cumadre,madrinha junto com o Vini,padrinho do meu cachorro, o Pacote. Putz!!!
Há uns 2 ou 3 anos ,estive na casa de Ana e disse com o peito estufado,orgulhoso e decidido: ’ Amanhã sem falta pinto essa árvore!!’. É...
Bom o fato é que havia combinado ,novamente ,de pintar a árvore no feriado de finados. Ana fez toda uma produção digna dos grandes artistas ,com grandes convidados. Fez um almoço receita tradicional de família. Muita responsa!
Ana chamou o maestro Rafael Martini, a artista plástico,cantora e compositora Leonora Weissmann e o percussionista árabe-sulamericano Edson Fernando. Ah!!...todos amigos!! Mas ficou parecendo abuso. Matei o povo de fome,cheguei numa hora em que os belisquetes perderam o sentido e função, e a bebida etílica já havia alterado a visão de mundo de todos eles. Mas,me perdoram por que,afinal,o artista plástico pintaria a árvore branca na parede azul.
Nessas horas coisas incríveis acontecem. Vi que a Ana apresenta sinais de incompatibilidade organizacional na cozinha. Muitas vasilhas tomando rumo e lugares diferentes no cômodo mas,saiu-se bem,o rango ficou pronto. Confesso que não estava com fome ,havia tomado café,às 15h ,em casa (Ixi!!!). Como diz os mais humildes: “saí comido de casa,já. Muito obrigado”.
Ana depois de muita dedicação culinária,põe a mesa,ela e Loló. Tudo certo: salada,coisinhas,chás,bebidas e chega o prato principal: uma bela travessa de macarrão malandro de mais. Muito apetitoso e lindo de se ver!
Ana Hadad é uma mulher muito fina. Muito educada.Já comeu de tudo e de todos os pratos finos do universo. Então quaisquer coisas que ela fizer ,vou achar tudo fino,certo? Pois então. Ana chega com a travessa, tranqüila e serena,solene e feliz com todos e com o evento. Aproxima-se à mesa e...vira o macarrão sobre a mesa!!! Pensei: como é que se come isso???? Confesso que recenti ,da minha primeira vez ,que comi comida japonesa: o que fazer com esses palitos??? Comecei a suar frio e sem graça. Iria aproveitar da falta de apetite ,embora tenha aberto um cratera ao ver o macarrão,e iria desenhar a tal árvore.
Vi que todos reagiram imediatamente,em forma de socorro.Vi que era um acidente. Ufa! Ainda bem,por que realmente seria complicado comer macarrão sobre a mesa. Rapidamente o macarrão foi recuperado. Troca de toalha.Talheres todos novamente em seus devidos lugares. Rafael deu o nome de Macarrão ao Soco mas Edson ,com a destreza de um percussionista trocando de efeitos gritou: Macarrão ao Tombo.
Bom,isso tudo era pra eu pintar a árvore branca na parede que,devido às minhas demonstrações de cansaço e dificuldade ficar em pé após o almoço e a maratona se samba,jurei por minha mãe que faria a árvore azul amanhã!!!
É sério sô!!!
uahuahauhhuahuahuaahua muito bem narrada a rapsódia!
ResponderExcluirverdade,verdadeira...a história. mas minha volta é que ainda não se realizou...rs
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