domingo, 27 de setembro de 2009

Em Novembro ,finalmente chega o álbum nas lojas...

Uma curiosidade, assim dita à queima-roupa (adoro hífens!!! e recuso-me a atender à reforma ortográfica!), parece estratégia de marketing. E é ,de certo modo...
Indo direto ao assunto, quero dizer sobre o título de meu disco, que chega às lojas em Novembro.
O denominei Sambêro, por vários motivos. Enfrentei o pânico de amigos ligados ao samba, daqui de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, principalmente, por ser um termo pejorativo, ou mal visto, por sambistas cariocas. Dizem ser alcunha dada a sambistas ruins. Que pensam que sabe de sambas, mas, não sabem nada! Enfim...
Curiosamente, esse nome foi me dado por um músico paulista, de outra vertente musical brasileira, sertaneja, o grande Renato Teixeira.
Pensei na famosa e histórica “rixa” entre São Paulo x Rio. Muita até pela forma carinhosa a que Renato Teixeira referia-me, e também pela reprovação dos amigos cariocas. Pus-me, sem maldade alguma, a pensar nessa possibilidade de todos os paulistas sambistas, serem sambêros. Por eles e pelos cariocas.
Mas fiz desse nome uma auto-análise, auto-avaliação e meu atual auto-retrato sobre minha obra e sobre o repertório apresentado nesse disco. Há sambas no disco, claro! Mas utilizando-se de outras ferramentas e estrutura musical, sem negar a tradição do lamento que o samba pede e exige ,porém ,vindo com o vigor dos Afro-Sambas.
Há também, frevo, maracatu e canções.
Trago nesse processo parceiros importantes para minha construção. Principalmente o frescor dado pelos craques João Antunes, Thiago Delegado e o maestro Rafael Martini. Arranjos que, notadamente, potencializaram o caráter composicional registradas no álbum. Além do mais, fiz com a banda do show, exceto com a baixa do Marcão do trompete, que ficara impedido de participar do processo.
Mas escalo o time: Rafael Martini, João Antunes, Mateus Bahiense, Pedro Trigo Santana, o trio de metais de ouro Diamond Land: Alaécio Martins, Jonas Vitor e Gilberto Júnior.
Ainda tive grandes participações nas faixas do disco com instrumentistas e cantores. Começo, ou continuo pelos instrumentistas: Antonio Loureiro, Daniela Ramos, Daniel Pantoja, Sérgio Saraiva, Pedro Aristides, Flávio Ferreira e Fábio Martins. Dos intérpretes tive a honra de sentir viva a canção feita. Titane, Silvia Gommes ,Carolina Araújo, Marina Bueno, Sérgio Pererê, Leonora Weissmann e Miguel dos Anjos. Ali senti o compositor realizado ao ver-me,face, dum espelho e ouvindo.
Há um ponto emocionante,especialmente,pra mim. Na faixa “Do Santuário ao Canjerê” montei um coral de responsa. Coral esse que fiz minha mãe imortal. Chamei de “Eco de Chaleira”. Veja o time: Silvia Gommes, Marina Bueno, D.Marli,Carolina Araújo,Luisa Morais e Janaína Moreno.
Sem falsa modéstia,ou dispensando-a fiz um ótimo trabalho.
Aguardem em breve disponibilizarei faixas no myspace do disco que é:
www.myspace.com/samberomestrejonas. Enquanto isso curtam o o www.myspace.com/mestrejonas !!!

Satisfação!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sambêro

O Sambêro com a guimba canta Donga a voz rouca soa tradição.

Na calunga alinhava com as congas e a palma aponta a direção:

“Anjo, seu cajado é de lodo e barro”.

“Manjo, vai rezar reza forte prum santo”

Num partido era dito, o cogito,

Alambique e guizos no sermão

E rezava, o Sambêro, à São Benedito

Leva o manto sagrado a procissão.

Uma leva de homens e meninos

Somem à noite e deixam um vão

E deságuam almas e ritos

O copo e vela branca na mão:

“Banjo, o seu solo é ingrato e manco”.

“Santo era samba rezado em banto.”

Saltam becos, manjedouras, marafonas

Seu califado é a mesa do centro de um bar

O Sambêro, ora lento, ora de medo

Se esmera o partideiro do lugar.

Sua mandinga é o pingado pro santo.

Na sexta-feira de branco, banho de descarrego.

A guimba na encruza, marafo e cânticos.

É mais um cai inteiro:

“Banjo, o seu solo é ingrato e manco”.

“Santo era samba rezado em banto.”

“Anjo, seu cajado é de lodo e barro”.

“Manjo, vai rezar reza forte prum santo”.