quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Samba que samba mesmo!


Por duas vezes fui ao Rio de Janeiro (e Rio de Fevereiro!!) à título de trabalhar a divulgação do meu disco e é claro, carnaval.
Não é do carnaval que vou escrever, mas tem haver um pouco. Quero dizer, ou escrever com orgulho de Janaína Moreno.
Confesso que há uma certa estética de samba que não me seduz muito, ou que desconfio dela. E isso no Rio tá cheio. Bom...vamos ao que fez por às mãos a pena.

Era sexta-feira, super quente pra variar. Numa casa linda, o CCC (Centro Cultural Carioca), ali perto do Teatro João Caetano, fui surpreendido à queima roupa com um belo arranjo de Aquarela do Brasil, Ary Barroso, pela banda de Janaina Moreno. Ela sempre imponente, bela e competente no palco. Se não tivesse visto o resto do show já valeria a pena. Mas eis que sucederam vários arranjos bem feitos, com músicos tocando de verdade, e Janaina regendo e conduzindo inteligentemente a sua orquestra. Foi um belíssimo show. Fiquei arrepiado o show inteiro. Chorei como em poucos shows que vi na vida.
Foi realmente emocionante e especial pra mim. Por se tratar de uma artista e pessoa que amo e admiro, sem bairrismo, por pura competência mesmo. Não é fácil viver musicalmente no Rio e sobreviver nela. Principalmente pela falta de um cena musical que não se limite ao samba e ao chôro, que o que tem chegado ao Brasil. Falo isso pela diversidade que há em outros estados e principalmente em Minas.
A artista em questão tem seus méritos que são devidos muito ,e principalmente, a sua postura artística, dedicação e vontade. Vontade...antenada às outras questões e a totalidade no fazer artístico, sem restringir ou construir fronteiras entre as artes e trazendo consigo a sua verdade. É isso que vi, e vejo, no palco em Janaína: uma artista de verdade e com a sua verdade explicita com sinceridade.
Vê-se pelo repertório que, teoricamente e esteticamente, teria de ser de samba e dentro de uma estética. Não deturpada, mas uma estética. Em contraponto a isso, e lealmente a artista ouve-se e vê- se no repertório algumas nuances da nossa música brasileira e uma das variantes do samba. Cito os sambas de coco, o arranjo pra Ponteio de Edu Lobo e Capinam...
No Carioca da Gema também foi a mesma sensação. E dessa vez endoçada por alguns bambas da nova geração do samba brasileiro que viram uma artista inteligente, atenta e coerente com a sua história musical e a da tradição. Estávamos Rogerinho Família(RJ), T.Kaçula(SP),Rodrigo Santiago (Uberlândia-MG), Marina Gomes(Divinópolis-MG), Josi Costa(Sabará-MG)e eu pô! Todos com opiniões convergentes.
É isso aí! Salve o samba brasileiro!!Salve o samba mineiro!! Salve o samba!!!

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