segunda-feira, 5 de abril de 2010

Projeto que discute e revela a nova canção autoral tem início no CentoeQuatro

A iniciativa é inédita no cenário musical de Belo Horizonte

Estar atento a um show em que as canções são totalmente autorais é difícil, se não é realizado em um lugar adequado. Pensando nesta carência de espaços para este tipo de show mais intimista, em Belo Horizonte, surge o “In-Comum 104: Canção Autoral”, um projeto de parceria do CentoeQuatro com a Comum – Cooperativa da Música de Minas. O músico Makely Ka, presidente da Comum, define esta oportunidade como um processo de educação do público. “Eles terão um espaço aconchegante para audição de uma canção autoral”, afirma Makely.
A partir do dia 14 de abril o público, de Belo Horizonte, irá poder vivenciar uma experiência única, que é a de ouvir em primeira mão a produção de um artista com mais atenção, em condições especiais para uma apresentação. Quem inaugura o projeto In-Comum no Café 104 é o qUEbRApEdRA, num pocket show com Rafael Martini, Leonora Weissmann e Pedro Maglioni.
A idéia é estimular a criação, interação e o envolvimento dos compositores com seu público, numa espécie de laboratório de canções ao vivo.
Apesar de críticos e compositores (entre os quais o próprio Chico Buarque) levantarem questionamentos quanto a um possível esgotamento do gênero, no que tange à plena interação entre letra e música, Minas mantém uma contínua descoberta de grandes compositores.

O Projeto In-Comum 104
O projeto consiste na apresentação quinzenal de artistas cooperados da COMUM - Cooperativa da Música de Minas, com trabalho focado no universo da canção. Além do privilégio da canção propriamente dita, é a abertura de um espaço para apresentação de trabalhos inéditos, esboços, work’in progress, canções recém-criadas ou em desenvolvimento. Segundo Makely, o músico ou o próprio intérprete irá mostrar para o público uma canção que começou a compor ou, no caso do intérprete, que acabou de conhecer a letra.
O projeto vai privilegiar formações simples, com no máximo três músicos no palco, instrumentos acústicos e pouco volume, de forma a destacar as letras e o momento embrionário da criação. A cada show, de 45 minutos, o artista que se apresentar naquele dia bate um papo informal com o que virá na semana seguinte.
Makely Ka
O músico, poeta e produtor cultural Makely Ka começou a se profissionalizar na música em 2002, época em que foi realizado um projeto inovador em Belo Horizonte, o Reciclo Geral, em que participaram, além dele, Mestre Jonas, Kristoff Silva, Dudu Nicácio e Leopoldina, entre outros. Todos tinham o mesmo perfil e se tornaram auto-produtores. “Tivemos que aprender tudo, produzir, trabalhar na técnica, no cenário, figurino, fotografar”, destaca Makely.
Nesta mesma época foi produzido por Makely Ka, Kristoff Silva e Pablo Castro o álbum coletivo “A Outra Cidade”, focado na renovação da canção brasileira, marcado pela interação criativa entre os artistas enquanto cancionistas e que teve a participação de intérpretes que despontavam, como Marina Machado, Regina Souza, Alda Rezende, Amaranto, Sérgio Pererê, Patrícia Amaral, Anthonio, Paula Santoro e , além da já consolidada Titane e a estréia de Juliana Perdigão. O disco foi um marco para a nova canção de Minas e tem sido citado por nomes como Lô Borges, Chico Amaral, José Miguel Wisnick, Marcus Vianna, Pedro Alexandre Sanches como trabalho ousado e inovador no gênero, e se tornou referência para a nova geração de cancionistas que vão participar do Projeto In-Comum 104: Canção Autoral, como Rafael Macedo, Mestre Jonas, Rafael Martini, Leopoldina, Juliana Perdigão, entre outros.
O qUEbRApEdRA
O grupo qUEbRApEdRA foi formado em 2001, por jovens músicos e compositores mineiros reunidos em torno da música e da canção brasileira, para lançar um olhar particular sobre esse gênero e compor um repertório autoral e inédito. Os músicos Leonora Weissmann (voz), Rafael Martini (piano e voz), Pedro Maglioni (baixo), Mateus Oliveira (vibrafone e percussão) e Edson Fernando (bateria e percussão) apresentam nuances e força, que convivem em canções que merecem e valem a atenção. No som do grupo, fica evidente uma maneira particular de se fazer canções, se aproximando bastante da música instrumental, com melodias sinuosas e arranjos inspirados, mas sempre atentos à relação íntima que deve haver entre letra e música e que também chamam a atenção para linguagens como a improvisação, o samba e a música de cultura popular brasileira. Tanto o qUEbRApEdRA como seus membros são ganhadores de importantes prêmios nacionais incluindo vários prêmios de composição pelo pianista Rafael Martini e prêmios de canto e de artes plásticas pela cantora Leonora Weissmann.
Serviço
Quarta-feira, 14 de abril de 2010
Horário: 20h
Entrada: 10 reais
O CentoeQuatro oferece estacionamento conveniado por preço único de 5 reais.

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